Antonio Penteado Mendonça
Antonio Penteado Mendonça

Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras

O BRASIL E OS SEGUROS - VAI OU NÃO VAI?

O Brasil não é para amadores. Quando parece que vai, volta; quando parece que volta, vai. 25 de Junho de 2021

O Brasil não é para amadores. Quando parece que vai, volta; quando parece que volta, vai. Das coisas mais difíceis que eu experimentei na vida foi explicar o que é e como funciona a correção monetária para auditores alemães. Até hoje tenho dúvidas se eles entenderam ou se só quase entenderam, mas acharam mais fácil deixar para lá, entre outras coisas, porque não faria muita diferença... exceto pelo detalhe de que o lucro no Brasil significava prejuízo na Alemanha e vice-versa.

No final do ano passado, as previsões falavam de um 2021 extremamente difícil, com crescimento baixo, desemprego alto e dificuldades para fechar as contas. A maioria das projeções se mantém. O ano é difícil, o desemprego segue alto, mas o crescimento de repente deu um a salto e tem quem fale em 5% até dezembro. Nada mal, se não fosse pelo fato, também inesperado, da inflação mais do que dobrar, estourando as metas do Banco Central e chegando a 8%.

Isso tudo em meio a falta de planejamento, falta de rumo, falta de diretrizes claras sobre o que quer que seja, com a pandemia ainda fora de controle e junho ultrapassando todos os meses anteriores no número de doentes com covid19. Alemão não entender a correção monetária é ficha perto do que um estrangeiro está vivendo neste momento.

Nenhuma das reformas que deveriam ter sido implementadas andou. Tirando a Reforma da Previdência, que foi herança do Governo Temer, está tudo parado, com desenhos que parecem mais uma colcha feita com retalhos de diferentes materiais do que ações minimamente planejadas e tocadas para apresentar resultados positivos.

Até aqui o quadro foi pintado por seres humanos, nossos políticos, que visam mais seus interesses do que os interesses da pátria, haja vista no que se transformou a Medida Provisória da privatização da Eletrobrás. O problema é que fatores fora do controle humano decidiram agravar o quadro e uma crise hídrica de grandes proporções ameaça o Brasil, inclusive levando o governo a autorizar o funcionamento de usinas a carvão e a gás, muito mais caras do que as matrizes convencionais, além de estudar medidas para enfrentar um eventual racionamento de energia.

Mas seus desdobramentos vão além. O Banco Central está incluindo nas contas para definir a taxa Selic o custo do aumento da energia e o aumento do custo dos alimentos provocado pela estiagem.

Quando o mar parecia de almirante e o céu de brigadeiro, entra vento de sul e as coisas que já estavam complicadas ficam mais complicadas, com a agravante de que não há ação de curto prazo capaz de reverter o cenário, com potencial para comprometer o crescimento de 5% ao longo de 2021.

Os números do setor de seguros até agora estão positivos e nos últimos meses vieram melhorando consistentemente. Na base da retomada de resultados mais parrudos estão produtos como a previdência complementar aberta, responsável por boa parte das boas novas.

Mas não é só ela que tem peso na última linha. Os seguros rurais, de crédito e garantias também apresentam crescimento substancioso. E os seguros de pessoas, dentro das limitações decorrentes do desemprego, mostram aumento na demanda.

Independentemente da situação geral do país se deteriorar - o que é pouco provável -, o setor de seguros, pelas suas características, já está com o ano mais ou menos garantido e o resultado, sem ser o melhor da história, tem tudo para ser bom.

Isto não significa que todas as seguradoras ganharão dinheiro. Dependendo do peso de cada ramo no mix da companhia, existem seguradoras que podem apresentar resultados não tão bons. Ninguém espera uma eventual crise sistêmica, mas as disparidades que vem sendo observadas podem se acentuar e ter como consequência desempenhos bastante diferentes entre as diversas companhias do mercado.

Como se proteger num momento como este? A resposta é simples: tenha um corretor de seguros profissional ao seu lado. Ele é a pessoa capacitada a assessorar os segurados na definição das melhores opções para sua proteção e elas passam também pela escolha das seguradoras.