Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
SEGUROS E FÉRIAS
Nos meses de verão, o número de sinistros aumenta. São os meses de férias e neles a probabilidade de acidentes acontecerem é maior do que no restante do ano. As razões são simples e enumerá-las não é difícil. 10 de Dezembro de 2021Nos meses de verão, o número de sinistros aumenta. São os meses de férias
e neles a probabilidade de acidentes acontecerem é maior do que no restante do
ano. As razões são simples e enumerá-las não é difícil. A primeira é que, nesses
meses, mais pessoas saem de suas rotinas e se expõem a riscos que normalmente
evitariam. A lista é longa. Vai de acidentes pessoais a acidentes de veículos,
passando por todas as atividades humanas que direta ou indiretamente atingem as
pessoas.
A segunda é que, nos meses de verão, por conta das férias, há um aumento
do relaxamento das pessoas e, consequentemente, uma menor atenção no que
acontece em volta, sujeitando até quem não está fazendo nada a uma maior
probabilidade de acidente.
O aumento do tráfego nas estradas é mais um fator a ser considerado, da
mesma forma que a prática de atividades pouco familiares e o aumento da
ingestão da cervejinha gelada na beira da água. É bom não esquecer que a
maioria dos afogamentos no mar, em represas ou em rios acontece depois que a
vítima bebe uma birita a mais, entra na água e acaba se afogando.
Além disso, estar no lugar errado na hora errada também é um fator de
aumento dos riscos que ameaçam as pessoas e seus patrimônios. Um minuto antes
ou um minuto depois e o acidente não aconteceria, mas ele acontece exatamente
no instante em que causa mais danos, independentemente da vítima ter qualquer
interferência ativa na sequência dos acontecimentos.
Quantas pessoas são atropeladas por barcos, motos aquáticas, pranchas de
surf, automóveis, motos, bicicletas, patinetes e o mais que trafega, navega ou
voa? Elas não fizeram nada, nem deixaram de fazer, apenas estavam no caminho do
veículo desgovernando, dirigido imprudentemente ou com negligência por quem
estava no comando.
As seguradoras sabem disso, tanto que é comum algumas delas
disponibilizarem guinchos e carros de apoio para auxiliar as autoridades nas
rodovias. Da mesma forma que outras instalam postos de atendimento e primeiros
socorros para auxiliar nos acidentes que acontecem à beira mar. E outras,
ainda, oferecem suporte para a ação da polícia, seja no apoio ao combate ao
crime, seja no sentido de disponibilizarem equipamentos importantes para a
comunicação rápida entre os seus efetivos, etc.
Todas essas ações têm caráter social e mostram o comprometimento das
seguradoras com a comunidade, especialmente com o bem-estar do cidadão durante
os meses de férias.
Além disso, as seguradoras pagam as indenizações devidas em função de
todos os tipos de eventos que atingem seus segurados, ativa ou passivamente.
Nesses meses, elas desembolsam mais do que nos outros meses do ano, mas essa
diferença não é suficiente para desequilibrar ou colocar em perigo a
estabilidade de uma companhia de seguros. Seus cálculos, a constituição das
reservas e a contratação de resseguros dão a solidez necessária para
enfrentarem as variações sazonais que atingem suas carteiras. E os meses de
verão não são exceção.