Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
SEMINÁRIO O VERÃO ESTÁ CHEGANDO
No último dia 5 aconteceu o seminário “O Verão Está Chegando - Mudanças Climáticas, Urbanização e Vulnerabilidades - Impactos no Curto Prazo”. 08 de Novembro de 2024No último dia 5 aconteceu o seminário “O Verão Está Chegando - Mudanças
Climáticas, Urbanização e Vulnerabilidades - Impactos no Curto Prazo”.
Realizado pela Academia Paulista de Letras, pelo Sindseg-SP (Sindicato das
Seguradoras de São Paulo) e pela CNSEG (Confederação Nacional das Seguradoras),
o evento teve mais de 200 inscritos. Com palestras do ex-ministro José Goldemberg,
do Secretário para Mudanças Climáticas do Município de São Paulo, José Renato
Nalini, e do jornalista João Lara Mesquita, do site “Mar Sem Fim”, intercaladas
com exposições de técnicos do CEMADEM (Centro Nacional de Monitoramento e
Alertas de Desastres Naturais) e dos Governos do Estado de São Paulo e do Rio
de Janeiro, foram focados e debatidos os principais pontos que agravam o
problema, desde a pouca relevância do Brasil como emissor de gases do efeito
estufa até as medidas concretas que estão sendo implantadas para minimizar um
quadro que, ao longos dos anos, tem causados danos bilionários, principalmente
aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Mas se os danos materiais atingem biliões de reais, mais grave ainda são
as mortes em consequência das tempestades de verão - desmoronamentos,
inundações, enxurradas, deslizamentos etc. Esses eventos não são novos, já
aconteceram no passado, com resultados tão apavorantes quanto os atuais. Por
exemplo, o Professor Goldemberg recordou Porto Alegre tomada pelas águas quando
ele era menino, na década de 1940. E não custa lembrar que um deslizamento da
Serra do Mar praticamente cobriu Caraguatatuba de lama na década de 1960. O que
mudou é que agora acontecem com mais frequência.
As mudanças climáticas já aconteceram. Neste momento vivemos a emergência
climática resultante delas. É importante seguir nas discussões do que fazer no
longo prazo para reverter o quadro, mas é tão ou mais importante para o dia a
dia dos habitantes das áreas de risco discutir as medidas necessárias para
minimizar o impacto desses fenômenos, principalmente nos próximos meses, quando
as tempestades de verão atingirão com violência o território brasileiro.
Ficou claro que as autoridades não estão paradas, esperando a destruição
se materializar para só então agir, depois das tempestades terem devastado uma
ou várias regiões localizadas, principalmente, nos estados de São Paulo e Rio
de Janeiro.
Os fenômenos estão sendo mapeados, o que já mostrou que a temporada das
tempestades cresceu. Agora elas começam em meados de outubro e podem se
estender para além de março, fora da época tradicional de sua incidência, e
mesmo em outros meses do ano, como aconteceu no Rio Grande do Sul.
Além disso, medidas concretas para reduzir os impactos das tempestades
estão sendo implementadas, desde a instalação de sirenes e avisos pelos
celulares até a realização de obras de contenção de encostas e canalização e
redução da força das águas.
Como não poderia deixar de ser, a importância do seguro e das seguradoras
como instrumentos para minimização dos danos foi enfatizada e colocada como uma
alternativa a ser agregada ao rol de providências e ações necessárias para
minimizar os danos de todas as naturezas que com certeza se abaterão sobre o
Brasil nos próximos meses.
No final, ficou decidido que o
evento acontecerá anualmente, sendo que, em 2025, deverá ocorrer em setembro,
para contribuir com sugestões para a COP 30, que terá lugar em Belém do Pará.