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Brasil deve tomar mais medidas contra cibercrimes, diz UIT

De acordo com o Relatório de Riscos Globais 2020, nos próximos 10 anos os ciberataques serão o segundo maior risco que as empresas enfrentarão

Valor Econômico - 15 de Setembro de 2021

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) recomenda ao Brasil tomar mais medidas para continuar melhorando sua segurança contra o cibercrime e sua posição no Índice Global de Segurança Cibernética (GCI, na sigla em inglês), que mede o compromisso dos países nessa área.

Entre 2018 e 2020, o Brasil melhorou sua posição no ranking do CGI, passando de 70ª para 18ª entre 193 países. O índice enfatiza cinco pilares que influenciam a construção da cultura de cibersegurança de uma nação: jurídica, técnica, organizacional, capacitação e cooperação.

'Desde a edição do Global Cybersecurity Index em 2018, o Brasil aprimorou as medidas legais relacionadas ao acesso ilegal a aparelhos (de informática), incentivou o desenvolvimento de capacidades promovendo treinamento e credenciamento de profissionais de cibersegurança, aumentou a pesquisa e desenvolvimento em cibersegurança, expandiu as medidas relacionadas à proteção online de crianças e promoveu a colaboração em cibersegurança com parceiros internacionais, entre outras ações’’, nota a UIT. A entidade global acrescenta que o Brasil, para melhorar ainda mais sua pontuação, 'poderia continuar melhorando essas atividades e continuar seu engajamento com parceiros regionais e internacionais em segurança cibernética'.

De acordo com o Relatório de Riscos Globais 2020, do Fórum Mundial de Economia, nos próximos 10 anos os ciberataques serão o segundo maior risco que as empresas enfrentarão. E o cibercrime é uma ameaça global que deve preocupar todos os tomadores de decisão, seja a nível corporativo ou nacional. O Fórum nota que a natureza digital das tecnologias da quarta revolução industrial a torna intrinsecamente vulneráveis a ataques cibernéticos que podem assumir uma infinidade de formas - desde roubo de dados e resgates até atingir sistemas com conseqüências potencialmente prejudiciais em larga escala.

Os ataques cibernéticos à infraestrutura crítica - classificados como o quinto maior risco em 2020 por especialistas do Fórum - tornaram-se a nova norma em setores como energia, saúde e transporte. A Internet das Coisas (IOT) também está ampliando a superfície potencial do ciberataque. Estima-se que já existiam mais de 21 bilhões de dispositivos IoT em todo o mundo no ano passado, e seu número duplicará até 2025. Os ataques a dispositivos IoT aumentaram mais de 300% na primeira metade de 2019.

A UIT menciona estimativas de custos gigantescos causados pelo cibercrime. A estimativa de custos de US$ 1 trilhão para a economia global em 2020 é da empresa de antivírus McAfee. Por sua vez, a Cybersecurity Ventures calcula que os prejuízos causados globalmente pelo crime cibernético chegam a US$ 6 trilhões neste ano, podendo crescer 15% anualmente até 2025.

Em 2018, McAfee calculou que o crime cibernético causava prejuízos de US$ 22,5 bilhões (R$ 117,9 bilhões) por ano no Brasil. Estimou que cerca de 54% desses crimes tinham origem dentro do país.