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Falta de mão de obra prejudica atendimento em 38% dos hospitais privados em SP

A taxa de ocupação dos leitos de UTI para pacientes covid-19 está em 40%, com tendência de alta

Valor Econômico - 24 de Janeiro de 2022

Pesquisa do SindHosp com 81 hospitais privados do Estado de São Paulo, feita entre os dias 12 e 19 de janeiro, mostra que 38% deles enfrentam dificuldades no atendimento de casos de covid e influenza devido ao afastamento de profissionais. Em agosto do ano passado, 50% dos hospitais diziam que passavam por problemas devido a funcionários doentes, muitos deles com síndrome “burnout” (esgotamento profissional).

Com o alto volume de casos, o tempo médio de espera na emergência para pacientes com suspeita de covid-19 e influenza é de cerca de duas horas em 75% dos hospitais pesquisados. Em 43% deles, esse tempo varia de duas a três horas e 32% dos dirigentes entrevistados informaram que o tempo de espera ultrapassa três horas.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI para pacientes covid-19 está em 40%. “Este índice indica uma tendência de crescimento das internações em UTI e acende um sinal amarelo, exatamente em um momento que enfrentamos falta de testes, o afastamento de profissionais de saúde e o apagão de dados”, disse Francisco Balestrin, presidente do SindHosp.

Ele ponderou que é preciso levar em consideração que houve redução de leitos destinados a pacientes com covid desde o fim de 2021, quando as internações em UTI caíram drasticamente. O sindicato estima que, em média, os hospitais estão disponibilizando de 10% a 15% dos leitos de UTI para pacientes com covid. No auge da pandemia, no ano passado, esse percentual ficava entre 40% e 50%.

Entre os internados na UTI pelo novo coronavírus, 48,5% têm idade variando de 60 e 79 anos e 34% deles, entre 30 e 50 anos. No atendimento das emergências, 51% dos pacientes têm entre 30 e 50 anos e 30,5% dos pacientes encontram-se na faixa etária de 60 a 79 anos.

Sobre a reposição de estoques de testes para covid e influenza, 72,60% dos hospitais relataram dificuldades, confirmando pesquisa recente com laboratórios que indicou que 88% enfrentam problemas de estoques.