Artigo: Seguro garantia dá respaldo ao setor sucroalcooleiro
Por Felipe Moreira, gerente comercial da Wiz Corporate
As companhias do setor sucroalcooleiro mais bem preparadas
no Brasil vêm surfando a onda de valorização do dólar. A exportação de produtos
da categoria superou os US$ 10 bilhões em receita - dos quais quase 90% só com
açúcar - no consolidado de 2021, segundo dados do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento. Resultado expressivo, mesmo com impacto das variações
climáticas (das secas às geadas intensas), das idas e vindas da covid19 e da
expansão da variante ômicron em todo o mundo no período.
Para efeito de comparação, há cinco anos o Brasil vivia um
aumento de exportações no setor sucroalcooleiro: salto de US$ 6,8 bilhões para
US$ 9,1 bilhões com receitas no segmento, tendo países da Ásia como destino
muito atraente, com 30% do total dos produtos. O açúcar já era destaque, com
92% de interesse do mercado internacional.
Entre 2020 e 2021, houve incremento financeiro estimado em
mais de 12%. E as perspectivas do setor sucroalcooleiro, responsável por 2% do
Produto Interno Bruto (PIB) atualmente, são de ampliação das safras para este e
os próximos anos.
Para tanto, investimentos em pessoas, processos, insumos,
maquinários e inovação, entre outros, são fundamentais. Mas como fazê-los de
maneira assertiva frente ao surgimento de novas cepas virais, as consequências
do aquecimento global e os efeitos no cenário econômico? Como assegurar os
cumprimentos de contratos com tantas variáveis? Nesse momento entram os seguros
garantias para a evolução com perenidade dos negócios.
Segundo levantamento da consultoria RPA, especializada em
agronegócio, existiam 444 usinas sucroalcooleiras no Brasil, com 96 delas (22%)
em recuperação judicial, 27 (6%) falidas e 103 (23%) paradas/hibernadas, em
2020. Este mercado tem sido marcado pela consolidação de grandes grupos, pela
busca por maior profissionalização, por novos ingressos de capital via fundos
de investimentos e suportes que levam desde mais recursos para capital de giro
aos planejamentos com resultados em um horizonte de longo prazo.
A fatia operante e produtiva, algo próximo a 50% do total
das usinas sucroalcooleiras citadas, trata-se de um cluster que vem procurando
essencialmente melhorar a eficiência operacional, reduzir custos e consequentemente
apresentar significativos indicadores financeiros. Um estudo do Itaú BBA com 59
empresas do segmento, publicado recentemente no Valor, revelou que o setor teve
29% de aumento na receita líquida (R$ 79 bilhões) e Ebitda de R$ 23 bilhões
(crescimento de 53%) na comparação do ciclo 2019/2020 com 2020/2021.
Com os preços do açúcar crescendo - ele tem a cotação
dolarizada e atrelada a índices internacionais, com operações de hedge através
de contratos futuros -, as empresas sucroalcooleiras vêm melhorando os seus
índices financeiros. Tudo isso é resultado de reestruturações nas últimas duas
décadas, com ênfase nos últimos dez anos.
Com melhorias nos índices de condição financeira
especialmente ao longo dos últimos cinco anos, o que inclui dívida líquida e
capex, há maior confiabilidade para obtenção de taxas de financiamento mais
adequadas e, consequentemente, a ampliação das opções em operações de crédito e
garantia.
O seguro garantia está entre as modalidades de maior
popularidade no Brasil, principalmente após o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) autorizar, em março de 2020, na Justiça do Trabalho, a substituição do
depósito judicial e da penhora de bens pela fiança bancária e pelo seguro
garantia judicial ou recursal.
A substituição de depósito judicial oferece às empresas logo
de cara maior fluxo de caixa com o aumento da sua liquidez. Logo, a utilização
de seguro garantia e de crédito propicia melhor performance produtiva,
comercial e financeira.
O seguro garantia é a melhor opção para o fiel cumprimento
de obrigações contratuais assumidas pelo agente tomador perante o segurado.
Seja em vínculos ajustados para prestação de serviços, fabricações ou
fornecimento de bens, por exemplo. Ele atua frente aos riscos de perda de
liquidez, insolvência nas hipóteses de recessão ou depressão econômica e
quebra.
Dentre as vantagens do seguro garantia estão o menor custo
de aquisição quando comparado a outras formas de garantia, vigência do contrato
avaliada caso a caso e adequada às práticas de mercado e o fato de não
comprometer o limite de crédito do tomador junto às instituições financeiras.
Corretoras especializadas em nichos de mercado, como o sucroalcooleiro, são as
mais recomendadas para a aquisição do seguro garantia. Elas conhecem
regulamentações, têm cases de atendimento bem-sucedidos e se tornam benchmarks.