SulAmérica prevê queda na sinistralidade atípica em saúde
Ainda assim, a companhia avalia que a taxa deve permanecer acima da média histórica
Valor Econômico - 12 de Agosto de 2022A sinistralidade atípica enfrentada pelo segmento de seguro saúde tende a cair, mas permanecer ainda acima da média histórica nos próximos meses, avaliou a vice-presidente de Saúde e Odonto da SulAmérica, Juliana Caligiuri, durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre. 'Temos visto uma multiplicidade de variáveis impactando a sinistralidade e não apenas a covid-19', pontuou.
O CEO do grupo, Ricardo Bottas, reconheceu o período
complexo para a companhia e o segmento como um todo. 'No segundo
trimestre, tivemos um período repleto de desafios como consequência, tanto
direta quanto indireta, de mais de dois anos de pandemia', afirmou.
O executivo citou a elevação de custos de tratamentos,
consultas e internações e a subida no volume de procedimentos eletivos neste
ano haviam ficado represados no período de isolamento. 'A retomada de
eletivos tem ficado acima do período pré-pandemia', avaliou. De acordo com
Caligiuri, com uma suavização da pandemia e a retomada de uma rotina mais
normalizada pelas pessoas, 'tem ocorrido um mudança no comportamento do
consumidor, que está mais preocupado com a saúde, então, por exemplo, o número
de pessoas fazendo exame tem aumentado'.
A vice-presidente de Saúde e Odonto explicou que a pressão
inflacionária é outro componente de pressão sobre a sinistralidade. 'O
IPCA e bastante alto e isso dificulta negociações [de repasse]', pontuou.
A sinistralidade do grupo no segundo trimestre apresentou alta de 2,6 pontos
percentuais, para 88,4%, na comparação com o mesmo perío de 2021. Já o índice
combinado ampliado, que reflete uma relação entre as despesas, incluindo
sinistros, e receitas da companhia, alcanço 101,4%, com subida de 0,2 ponto
ante o segundo trimestre de 2021.
A primeira metade de 2022, porém, reforçou sinais de uma
tendência de arrefecimento dos sinistros diretamente ligados à covid-19. Entre
janeiro e junho, houve queda no impacto das indenizações e custos de tratamento
para a doença.
Segundo a companhia, no segundo trimestre de 2022, o grupo
desembolsou R$ 77 milhões relativos a sinistros de saúde. Trata-se de um recuo
significativo ante os R$ 200 milhões pagos no mesmo período em 2021. “Temos
sinais de que estamos finalmente vendo o final desta crise, com números de
casos, internações e óbitos ligados ao coronavírus em patamares cada vez
menores”, afirmou Bottas.
Apesar do peso da inflação médica, da alta de procedimentos
eletivos e do ainda significativo impacto da pandemia, a SulAmérica registro
forte aumento no lucro líquido no segundo trimestre deste ano na comparação com
o mesmo período de 2021. A companhia teve lucro líquido de R$ 138,9 milhões com
alta anual de 373,3%. No semestre, a seguradora acumulou um lucro de R$ 163,3
milhões, o que representa um avanço de 96,1% ante a primeira metade de 202 O
resultado operacional subiu 8,3% no segundo trimestre, comparado ao mesmo
período de 2021, para R$ 5,637 bilhões.
No acumulado do semestre, a SulAmérica teve uma receita sem
considerar os ganhos financeiros de R$ 11,061 bilhões, avanço de 6,4% frente a
janeiro a junho do ano passado. Já o resultado financeiro deu um salto anual de
463,3% no segundo trimestre, para R$ 194,5 milhõ Conforme a companhia, a linha
reflete, principalmente, a performance dos ativos indexados à taxa básica de
juros Selic.
Sobre o processo de integração à Rede D'Or, o CEO explicou
que o grupo continua a seguir os trâmites e aguarda a conclusão da análise
reguladores. Bottas citou que o primeiro órgão a aprovar a combinação de
negócios com o grupo hospitalar foi a Susep. Em relação ao prazo para a
confirmação dos demais reguladores, o executivo não citou um período. Apenas
ressaltou que as companhias fizeram as requisições necessárias e que o processo
se mantém dentro das estimativas