Desempenho da Hapvida melhora e atrai investidor
Após mais de um ano com resultados negativos, a Hapvida
voltou a registrar melhora em indicadores como taxa de sinistralidade, número
de novos usuários de planos de saúde e lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização (Ebitda). O bom desempenho se refletiu rapidamente
nas ações da companhia, que saltaram quase 17% no pregão de sexta-feira.
“Após um longo inverno, a confiança está restaurada”, foi o
título do relatório do BofA, que mudou sua recomendação de “neutra” para
“compra” do papel da Hapvida. O otimismo do mercado está relacionado ao
potencial de crescimento nos próximos meses. O BofA projeta incremento de cerca
de 100 mil usuários por trimestre. Entre abril e junho, a Hapvida conquistou
(adições líquidas) 139 mil clientes, acima das projeções dos analistas, que
estimavam 90 mil.
A companhia encerrou o segundo trimestre com 8,9 milhões de
usuários de convênio médico, alta de 6,8%. No segmento dental, o avanço foi de
12%, atingindo 6,7 milhões de clientes. A receita líquida subiu 8,7%, para R$ 6
bilhões. Segundo Marcelo Marques Moreira, vice-presidente da companhia, o
cenário daqui para frente é melhor devido aos reajustes. No segmento
individual, que representa 17% da carteira total, o aumento previsto para este
ano é de 15,5%. Em 2021, foi negativo em 8,19%. Nos planos PME, a mensalidade
terá aumento entre 16,2% e 18,5%; no adesão, o reajuste médio é de 16,5%. “Com
esses reajustes, temos 55% da nossa receita garantida”, disse Moreira.
Nos planos de saúde corporativo, que representam a outra
fatia de 45%, as negociações são individuais e os percentuais variam conforme o
contratante. O executivo destacou que o recém-criado plano de saúde com
cobertura nacional já reúne 64 mil usuários. Uma das estratégias da companhia -
fruto da fusão de Intermédica, com forte atuação no Sudeste, e da Hapvida,
líder no Nordeste - é a criação desse produto.
Quando operavam separadamente, elas perdiam clientes porque
sua cobertura era regional. A taxa de sinistralidade recuou 3,5 pontos
percentuais, para 72,3%. Esse patamar ainda está acima do histórico da Hapvida.
O Ebitda ajustado, que vinha apresentando variação negativa desde o começo de
2021, cresceu 34%, para R$ 582 milhões, no segundo trimestre. A margem ficou em
9,6%, com queda de 3,4 pontos percentuais, devido ao reajuste negativo do plano
individual, sinistralidade maior das operadoras recém-adquiridas e da
Intermédica.
A companhia teve prejuízo de R$ 312,3 milhões; um ano antes,
registrou lucro líquido de R$ 104,6 milhões. O resultado é reflexo,
principalmente, das despesas financeiras, que aumentaram de R$ 4,6 milhões para
R$ 259 milhões. A dívida líquida é de R$ 5,5 bilhões. O lucro líquido ajustado,
que desconsidera amortização do intangível e programas de incentivos, caiu
11,7%, para R$ 241 milhões.