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SindSeg-SP anuncia Patricia Chacon como a primeira mulher presidente da entidade de 83 anos
"Em 2025, o foco será incluir mais pessoas no mercado por meio de produtos acessíveis e jornadas mais sólidas para o consumidor", afirma a executiva 05 de Dezembro de 2024O SindSeg-SP encerra 2024 com um evento que celebra resultados positivos e dá início a uma nova era com a liderança feminina, reforçando o compromisso do mercado com inovação, diversidade e crescimento sustentável. Nesta quarta-feira, durante o tradicional almoço de final de ano do Sindicato das Seguradoras de São Paulo (SindSeg-SP), foi anunciado um marco histórico para o setor: Patricia Chacon, atual COO da Porto Seguro, será a primeira mulher a assumir a presidência do sindicato, que completou 83 anos.
A partir de janeiro de 2025, ela substituirá Rivaldo Leite, CEO da Porto Seguro, que liderou o SindSeg-SP por cinco anos, sucedendo Mauro Batista, que ocupou o cargo por 12 anos. A gestão de Leite foi elogiada pelos presentes, que mencionaram sua resiliência e perspicácia para administrar um período cheio de desafios, sendo a pandemia Covid-19 e o agravamento das mudanças climáticas os mais complexos para o setor.
O nome de Patricia foi ovacionado pela plateia, composta por praticamente 100% do PIB do seguro, sendo 90% executivos homens que atuam nas principais seguradoras do Estado de São Paulo, que é responsável por quase 50% das receitas do setor no Brasil. O setor nacional movimenta anualmente cerca de R$ 400 bilhões e administra cerca de R$ 1,5 trilhão em reservas técnicas.
Rivaldo Leite destacou a importância de ampliar a diversidade no mercado segurador. “As mulheres têm demonstrado o quanto são capazes. Em eventos como o dos 90 anos do Sincor-SP, percebemos que ainda há um longo caminho para promover a diversidade de gênero no setor. Foi uma honra contribuir para a escolha de Patricia Chacon, que trará um novo olhar para o SindSeg-SP.”
Ao comentar sobre os resultados de 2024, Leite ressaltou o crescimento do setor, com destaque para o segmento de automóveis, que iniciou o ano em retração, mas deverá fechar com alta significativa, mesmo após os desastres climáticos no Sul do país que registraram cerca de R$ 100 bilhões em perdas econômicas e menos de R$ 6 bilhões em indenizações de seguros, o que evidencia a urgência do setor em desenvolver seguros que incluam perdas com as intempéries do tempo de forma mais acessível e democrática, fazendo valer o slogan da CNseg, a confederação das seguradoras: seguro para tudo e para todos.
Dyogo de Oliveira, presidente da CNseg, reforçou o cenário positivo para o setor, que deve encerrar 2024 com crescimento de 11% e sinistralidade baixa, o que significa bons lucros para os acionistas e recursos para investimentos em tecnologia, que dá o tom para a inovação que o setor precisa para chegar a uma camada mais significativa da população. “Tivemos avanços na comunicação institucional e maior presença nas discussões nacionais junto aos três poderes. Em 2025, o mercado seguirá crescendo, enfrentando desafios, como a reforma tributária, e aproveitando novas oportunidades para que consigamos chegar a 10% do PIB (hoje na casa dos 6%) até 2030, com prevê o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), divulgado em 2023”.
Patricia Chacon assumirá o SindSeg-SP com uma visão de expansão e inovação. “O mercado segurador tem evoluído muito na digitalização e no pós-venda. Em 2025, o foco será incluir mais pessoas no mercado por meio de produtos acessíveis e jornadas mais sólidas para o consumidor. Estamos prontos para abraçar os desafios econômicos e trazer novas oportunidades para todos os segmentos, como seguros de automóveis, vida e patrimoniais.”
A executiva, que trabalha há um ano com Leite na Porto, também destacou a formação de uma equipe diversa, que inclui 17 homens e 4 mulheres, e classificou esse avanço como um passo significativo para o setor. A nova diretoria contará com líderes de algumas das principais seguradoras do país: