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Geneva Association traz debate sobre os desafios da AL e como seguradoras podem ajudar a mitigar riscos

Sonho Seguro - 14 de Junho de 2024
As principais companhias de seguros do mundo reuniram-se esta semana em Quioto (Japão) por ocasião da Assembleia da Geneva Asssociation, que acontece anualmente e reune os principais CEOs de seguros do mundo para debates sobre aprendizados, tendências e divulgação de dados da indústria mundial, responsável por uma arrecadação US$ 7 trilhões em 2023.

Antonio Huertas, CEO mundial do grupo MAPFRE, fez um relato interessante. Ele participou do painel “Uma nova ordem econômica mundial: a possibilidade emergente”, trazendo para o debate os principais desafios e oportunidades que as seguradoras enfrentam nos mercados emergentes, especialmente na América Latina, onde a MAPFRE é a seguradora multinacional líder.

Segundo ele, estas regiões enfrentam três grandes riscos que podem condicionar fortemente a sua evolução. O primeiro são os conflitos geopolíticos, que, entre outros efeitos sociais, perturbam a atividade econômica e o comércio internacional. A segunda é o populismo, alimentado pela desigualdade social, que termina com a introdução de medidas protecionistas que enfraquecem a integração internacional desses mercados. Em terceiro lugar, e na sequência dos dois primeiros, existe o risco de fragmentação regulamentar que produzirá um ambiente de supervisão cada vez mais complexo para o setor, resultando numa maior carga administrativa devido ao fator de conformidade, o que acabará por prejudicar a competitividade do setor.

“Apesar de tudo isto, acredito que existem razões imperiosas para estarmos otimistas quanto ao futuro econômico dos países emergentes, tais como políticas monetárias bem orientadas, níveis de inflação próximos dos objetivos definidos pelas suas autoridades e condições financeiras que estão a melhorar sistematicamente”, afirmou.

Citou três grandes tendências que marcarão o futuro em questões econômicas nestes países e nos quais os seguros podem desempenhar um papel significativo. Em primeiro lugar, há o aumento da dívida pública impulsionado por iniciativas de crescimento, um investimento que ainda não foi transferido para o PIB dos países emergentes.

Em segundo lugar, está o baixo nível de poupança privada bruta, que é de cerca de 20% na América Latina, ainda é insuficiente para financiar investimentos e infraestruturas, e abre espaço para o crescimento e desenvolvimento dos seguros.

E, finalmente, há o envelhecimento da população destes países, que pode levar a problemas no sistema de pensões e de gestão da dependência se não forem implementadas reformas rápidas relacionadas com a poupança e os sistemas públicos para fazer face a esta realidade, o que também pode suscitar esforços políticos e tensões sociais.

“As companhias de seguros têm a capacidade de contribuir para a resiliência das sociedades, desde que seja facilitada a colaboração com os líderes políticos. A natureza social do nosso trabalho obriga-nos a continuar a ajudar estas economias a reduzir as lacunas de investimento e de proteção, centrando-nos no apoio aos objetivos sociais e na garantia de condições de concorrência equitativas para todas as empresas”, conclui Antonio Huertas.