No Rio Grande do Sul, força-tarefa ajuda a reduzir as perdas de motoristas castigados pelas enchentes
Em todo o estado, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras, mais de um R$ 1 bilhão já foram solicitados em indenizações de seguro, mas o valor ainda deve aumentar.
Fantástico - 24 de Junho de 2024Milhares de carros foram destruídos durante as enchentes no Rio Grande do Sul. Mas uma força-tarefa tem conseguido reduzir as perdas de muitos motoristas. Em todo o estado, segundo a CNseg, mais de um R$ 1 bilhão já foram solicitados em indenizações de seguro, mas o valor ainda deve aumentar.
Pelo menos 70% da frota do estado não possuía seguro. Os
cálculos do mercado são de que 200 mil veículos tenham sido danificados pelas
enchentes que começaram em maio.
Os carros começaram a chegar em um depósito de uma empresa
duas semanas depois do início das enchentes. Eram tantos que tiveram que
ampliar o pátio. Em um único dia, o número de veículos trazidos foi quase dez
vezes maior do que o registrado em um dia normal de operação.
'Nós recebemos os veículos. Fizemos a higienização.
Para alguns modelos e anos, é retirado o óleo, é feito todo um processo para
ser preparado esse veículo para a venda. Pela lei do leilão, os veículos são
vendidos no exato estado em que eles estão”, explica a leiloeira Liliamar
Pestana
Essa semana, aconteceu o primeiro leilão de carros de
enchente do estado, 111 foram vendidos, praticamente tudo que foi ofertado.
Bruno Manso de Siqueira, técnico em eletrônica, foi um dos que arrematou um
veículo nesse leilão.
“O carro de leilão geralmente, ele passa um pouco dos 50% do
valor do bem. Então é um bom negócio”, explica Bruno.
O pregão é transmitido pela internet e interessados de todo
o país participam. Rodrigo da Rosa, por exemplo, vive disso: comprar, recuperar
e vender. Mas ele não participou desse leilão, justamente porque a oficina, em
Porto Alegre, está cheia de carros que já tinham sido reformados quando o Rio
Grande do Sul alagou.
“Não sei se eu dou risada, se eu choro. Não sei o que eu
faço, os carros estavam todos prontos. todos lavadinhos”, diz.
A oficina do Deivid, em Canoas, também ficou inundada. Mas
ele conseguiu salvar os carros que estavam em conserto e já está recuperando o
prejuízo que teve com peças e equipamentos. Hoje, a oficina está lotada.
“A gente tem 74 carros lá no pátio, 60 são de alagamento.
Que foi da enchente. A fila de espera está bem, está bem longa”, conta Deivid.
O processo para recuperar os carros envolve etapas
distribuídas pela equipe: avaliação, parte mecânica, parte elétrico-eletrônica
e, por último, a reforma estética.
A estimativa do Sindicato da Indústria da Reparação de
Veículos do Rio Grande do Sul é de que mais de 2.400 oficinas tenham sido
afetadas pelas enchentes. Pelo menos 800 continuam fechadas.
O Alexandre Ruga é engenheiro mecânico e dirige uma
associação de donos de oficina. Ele explica alguns cuidados importantes para
recuperar carros que foram inundados.
“Nunca tentar fazer o motor funcionar logo após ser retirado
da enchente. E se possível, desligar a bateria, os cabos de bateria, enquanto o
carro espera esse trabalho de recuperação”, explica.
Seguro contra enchentes
Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras, no Brasil
mais de 95% dos seguros de carro hoje têm proteção contra enchentes e
alagamento. Os carros recolhidos pelas seguradoras ficam em estacionamentos
aguardando para serem levados para os depósitos. De lá, eles podem ser
direcionados para leilão ou para desmonte.
SindsegSP TV
