Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
ADEUS ANO VELHO
2021 será lembrado como um ano que não deixou saudades. 17 de Dezembro de 20212021 será lembrado como um ano que não deixou saudades. A pandemia do
coronavírus cobrou um preço alto demais da população da Terra e o planeta não
só não se recuperou de seu impacto, como se vê às voltas com novas cepas do
vírus, capazes de causar estragos ainda não dimensionáveis.
Mas não foi apenas a pandemia que cobrou um preço alto. Eventos
climáticos ou de origem climática entraram de sola, competindo com o
coronavírus para ver qual o capaz de causar mais danos.
E os ataques cibernéticos também entraram na competição, se tornando uma
ameaça concreta e diária para centenas de milhares de empresas e bilhões de
pessoas ao redor do mundo.
O Brasil não escapou das três formas de ataques. E, ainda por cima, teve
que conviver com a radicalização política, o uso indevido dos orçamentos
públicos, a antecipação das eleições de 2022, a perda de credibilidade do Judiciário
porque os Tribunais Superiores invalidaram processos viciados pela ação de
juízes e promotores, além da volta da inflação e outras mazelas econômicas que
vão custando caro e condenado a nação a permanecer em patamares ridículos de
crescimento e retomada do emprego.
É um cenário desalentador, mas, se observarmos o setor de seguros dentro
da realidade nacional, veremos que em 2021 ele cumpriu corretamente seu papel,
no enfrentamento da pandemia, na crise hídrica que afetou o desempenho do
agronegócio, no pagamento das indenizações de todas as naturezas, minimizando
prejuízos e permitindo a recomposição de patrimônios e capacidades de atuação
comprometidos pela ocorrência de sinistros que, sem o seguro, teriam causado
perdas muito mais expressivas.
Sem as operadoras de saúde privadas o quadro da pandemia teria sido muito
mais dramático. O SUS simplesmente não teria recursos para atender mais gente
do que atendeu e as consequências seriam devastadoras para a sociedade, que,
mesmo com os planos de saúde atuando fortemente, enfrentou milhões de casos de
internação e mais de 600 mil mortos pela covid19.
Na mesma linha, as seguradoras de vida pagaram somas elevadas a título de
indenizações para os beneficiários dos seguros de vida de milhares de pessoas
vitimadas pela pandemia.
Mas não foram apenas elas que cumpriram seu papel. As seguradoras, dentro
do que se espera delas, garantiram o patrimônio social, fazendo frente aos
eventos rotineiros e a outros extraordinários, como a seca que atingiu em cheio
a “safrinha”, causando prejuízos altíssimos a milhares de produtores rurais que
perderam praticamente toda a produção.
De forma geral, em 2021, o setor de seguros fez sua parte com a discrição
e a competência que lhe são peculiares, garantindo que pessoas e empresas
pudessem tocar em frente, protegidas e indenizadas pela garantia das apólices
contratadas.
2022 não será um ano fácil. As dificuldades são imensas e três trimestres
com crescimento negativo vaticinam complicações sérias, eventual recessão e
inflação fora da meta. Mas, dentro de sua rotina, o setor de seguros brasileiro
seguirá em frente, fazendo a sua parte e pagando as indenizações devidas, cioso
de suas responsabilidades, como empresas e como elemento de estabilidade
social.