Santander traz CEO da HDI e reforça a área de seguros
Diferentemente do outros grandes bancos, que têm uma área de seguros com uma estrutura bastante definida - a maioria até com holding separada -, no Santander Brasil as atividades desse segmento estão espalhadas por outros departamentos. Agora, a instituição trouxe Murilo Riedel, que tem 35 anos de experiência no setor e era CEO da HDI no país, para liderar a vertical, reforçando e reformulando a operação.
Até por não ser um CNPJ separado, o Santander não abre
números da sua operação de seguros, mas Riedel diz que ela tem uma participação
bastante importante no faturamento da instituição. Além disso, o Brasil
representa 50% de tudo o que o Grupo Santander arrecada com seguros no mundo.
Os principais produtos são seguros de vida, proteção financeira, residencial,
empresarial e automotivo.
O ecossistema de seguros do Santander é formado por diversas
partes. O banco tem uma fatia de 49% na seguradora Zurich Santander - em
parceria com a suíça Zurich Insurance - e de 50% na Santander Auto, onde o
outro sócio é a alemã HDI, justamente de onde Riedel veio. A instituição também
tem uma corretora, lançou recentemente o serviço de assistência HelpS e tem um
importante setor de veículos, formado pelo marketplace Auto Compara, o site de
classificados Web Motors e as participações em bancos de montadoras - 39,89% no
RCI, em parceria com a Renautl/Nissan; 50% no PSA, em parceria com a
Peugeot/Citroën; e 50% no Hyundai.
Desde que chegou no Santander, Riedel implementou o projeto
do HelpS (que já estava planejado), lançou uma campanha para facilitar a
contratação de seguro fiança por pequenas e médias empresas e agora está
reformulando os produtos de vida. O novo seguro de vida terá um limite de idade
de 70 anos - a praxe no mercado é entre 60 e 65 anos -, diárias de afastamento
temporário por até 90 dias, cobertura para dez doenças graves (que dá a
possibilidade de receber a indenização em vida), limite de valor de até R$ 3
milhões, além de outros benefícios, como telemedicina e assistência funeral.
No seguro de acidentes pessoais, a idade máxima é 80 anos,
não há limitação de categorias profissionais e a indenização vai até R$ 1
milhão. Em ambos, a contratação é digital. “O que nós estamos chamando agora de
Santander Seguros não tinha a estrutura de um ‘business’ único, estava todo
fragmentado, e a minha vinda para cá é mesmo com o objetivo de colocar sentido
em todo esse ecossistema, para que possamos trabalhar de forma sinérgica”, diz.
O executivo não detalha valores investidos em tecnologia,
mas afirma que a vertical ganhou uma área de TI dedicada, com o dobro de
capital humano e recursos. Ele afirma ainda que, agora com a nova estrutura,
passa a olhar com mais atenção oportunidades de fusões e aquisições.
Para ele, o segmento auto tem um enorme potencial, dado que,
pelo ecossistema do banco e a volumetria de faturamento, a parte de seguros
ainda está aquém do que seria sua fatia “justa” de participação de mercado.
“Nossa ambição é ser um dos maiores distribuidores de seguros auto do mercado
brasileiro. Nossa jornada simples e digital é um diferencial imenso.” Assim, a
lógica seria que o seguro auto subisse para o terceiro lugar no ranking dos
maiores ramos do banco, da posição atual de quinto.
Sobre as expectativas de expansão com essa nova estrutura,
Riedel afirma apenas que o plano é acelerar um pouco mais o crescimento, que já
vinha forte. “As metas são agressivas.” A ideia, em todos os ramos, é tirar a
ligação do seguro com um momento de emergência do cliente e mostrar que o banco
está lá para apoiar o segurado no dia a dia. Por enquanto, o plano é trabalhar
a base de mais de 56 milhões de clientes do banco, sem um foco específico no
chamado mar aberto.