“Ao reduzir riscos dos projetos, o seguro torna o Brasil um destino mais atraente”, diz CEO da Mapfre Global Risks
Bosco Francoy, CEO da MAPFRE Global Risks, esteve em visita ao Brasil na semana passada. Participou de eventos, de encontro de relacionamento com corretores de seguros e parceiros de grandes riscos. Um anúncio relevante fez parte do encontro: a incorporação da área técnica de subscrição de riscos e comercial do grupo espanhol no Brasil, com o objetivo de trazer mais sinergia entre os setores e aproximar ainda mais a companhia de clientes e corretores, que está sob os cuidados do diretor de seguros gerais, Mauro Caetano.
“A MAPFRE Global Risks enxerga o Brasil como um terreno
fértil para expandir nossa atuação e oferecer soluções inovadoras e adaptadas
às demandas locais. Estamos empenhados em cultivar parcerias sólidas que
impulsionem nosso crescimento e fortaleçam nossa presença nesse tão importante
mercado”, disse ele durante um dos eventos.
O CEO Felipe Nascimento vislumbra um ano de crescimento
ainda mais expressivo no Brasil em 2024. “Estreitar laços com nossos parceiros
é fundamental para fortalecer nossa posição no mercado e reafirmar nosso
compromisso em continuar como líder no segmento. Esses encontros proporcionam
oportunidades para discutirmos estratégias conjuntas, compartilhar
conhecimentos e alinhar objetivos futuros. Nossa companhia demonstra, mais uma
vez, disposição e propensão para seguir na vanguarda do setor, por meio de relacionamentos
sólidos e duradouros”.
Em entrevista ao Sonho Seguro, Bosco falou sobre a empresa,
o apoio aos parceiros e clientes, gestão de risco e o cenário de grandes
riscos. Leia abaixo.
Como foi o ano de 2023 para a Global Risks?
Sem dúvida, 2023 foi um ano repleto de desafios para a
Global Risks. No entanto, o ano também trouxe oportunidades significativas e o
Brasil, em particular, desempenhou um papel fundamental nesse cenário. A
performance da divisão da companhia, em todo o mundo, atingiu recorde de
emissão de prêmios (1,7 bilhão de euros) e contribuiu para o resultado positivo
do grupo, que alcançou 29,2 milhões de euros.
A expertise global da nossa equipe, aliada ao atendimento excepcional do
nosso time brasileiro, foi essencial para atingirmos resultados positivos. A
recente reestruturação que implementamos, unindo as áreas Corporate e Brokers,
fortalece a posição de liderança que temos no mercado de grandes riscos no país
há quase duas décadas.
Qual o principal apoio que os grandes clientes precisaram
num cenário de preços elevados e condições de contrato mais duras praticados em
2023?
Em um cenário de preços em alta e contratos mais
desafiadores, nossos grandes clientes buscaram apoio em várias frentes.
Primeiramente, oferecemos soluções mais customizadas para mitigar os riscos
associados a essas condições adversas. Isso incluiu análises detalhadas de
exposição, estratégias de gerenciamento de risco e adaptação flexível ao
momento. Além disso, nossa capacidade de fornecer insights globais e
conhecimento local foi fundamental para ajudá-los a tomar decisões informadas e
estratégicas em momentos difíceis.
Este cenário se mantém para 2024?
O ano de 2024 apresenta desafios semelhantes aos do ano
passado, mas também traz otimismo. O ciclo econômico está favorável, com
anúncios e intenções de grandes projetos de infraestrutura no Brasil. E o
cenário do mercado internacional de resseguro também é mais favorável. Isso
beneficia o mercado de Grandes Riscos, e estamos confiantes em nossa capacidade
de continuar liderando o segmento. Ao mesmo tempo, permanecemos vigilantes e
ágeis para nos adaptarmos às mudanças de humor do mercado, que é volátil.
Quais as principais prioridades da Global Risks neste
ano?
Nossas prioridades para este ano são multifacetadas. Além de
focar na área de infraestrutura, como mencionado anteriormente, estamos
explorando outras áreas estratégicas para a conjuntura nacional. Isso inclui
Energias Renováveis, Indústria de Matérias Primas e Responsabilidade Civil.
Temos outro foco nos programa internacionais para benefícios de empregados, em
que desenvolvemos em 2023 uma solução interessante para nossos clientes,
aproveitando o expertise e o layout da MAPFRE.
Qual a importância da América Latina e especificamente no
Brasil na estratégia do grupo?
O Brasil é o segundo maior mercado segurador da MAPFRE no
mundo, atrás apenas da Espanha, e com um enorme potencial de crescimento. Além
disso, somos líderes em Grandes Riscos no país e um modelo para outras unidades
regionais do grupo. Isso demonstra a importância estratégica do país para a
companhia como um todo.
O governo brasileiro quer implementar uma série de
investimentos, mas há um déficit fiscal a ser resolvido. A ideia é fazer
roadshow para captar recursos dos investidores. Como o seguro pode ajudar a
atrai-los?
O seguro é uma ferramenta poderosa que pode ser utilizada
pelo governo brasileiro para tornar viável a realização de investimentos em
infraestrutura no país. Nossa intenção é torná-lo um instrumento que ajude a
reduzir a percepção de risco do Brasil no mercado internacional, tornando-o
mais atraente para investimentos, ao proteger investidores e mitigar riscos. Ao
reduzir os riscos e aumentar a segurança jurídica dos projetos, o seguro torna
o Brasil um destino mais atraente para o capital privado, impulsionando o
desenvolvimento nacional e a geração de empregos.
Sua visita ao Brasil tem como objetivo unificar as áreas
técnicas de subscrição e comercial. Conte o que motivou isso e quais os
benefícios esperados.
Este é um movimento exitoso que já fizemos na Espanha, com
excelentes resultados e, agora, começamos a levar para outros países, como o
Brasil. Esta nova estrutura tem o objetivo de trazer uma maior eficiência
operacional, bem como oferecer melhores soluções de forma mais ágil para os
nossos clientes e para a empresa como um todo. Estou otimista de que essa nova
estrutura dará um dinamismo maior ao desenvolvimento de projetos e ao
relacionamento com clientes e brokers. Também permitirá uma compreensão mais profunda
dos riscos e necessidades dos clientes.
A integração das áreas técnicas simplifica processos internos, elimina
redundâncias, reduz burocracia e acelera a tomada de decisões.
O Brasil passa por uma atualização do arcabouço
regulatório, que visa trazer mais segurança jurídica e transparência aos
contratos. Como vê essas mudanças, como o PL 29, que tem impactos relevantes na
área de atuação da MAPFRE Global?
A previsibilidade e a estabilidade jurídica são essenciais
para o setor de seguros e o PL 29, com as mudanças na sua última versão, busca
melhorias neste sentido. Estou convencido de que regulamentações bem definidas
e com a participação do setor segurador proporcionam um ambiente mais seguro
para investidores, seguradoras e segurados.As mudanças regulatórias também
podem abrir oportunidades para inovação e, por isso, acompanharemos de perto
essas mudanças e nos adaptaremos conforme necessário.
Qual o conselho que daria aos gestores de riscos diante
deste momento da economia local e mundial?
É importante ressaltar que a MAPFRE está no Brasil desde
1992, sempre com uma estratégia de longo prazo. Passamos, nestes 32 anos, por
diversos cenários econômicos – tanto locais quanto globais – e sabemos que são
ciclos que uma hora estarão mais favoráveis e em outras, não. Sendo assim,
pensando em Grandes Riscos, é importante compreender que este é um cenário
passageiro e aproveitar as oportunidades que surgem e continuarão a surgir.
Nós, da MAPFRE, temos um compromisso de longo prazo com o país e estamos aqui
para ajudar nossos clientes na mitigação destes riscos.