Lucro operacional da Hapvida dá salto de 56%
O Valor Econômico completa que a Hapvida, maior operadora de planos de saúde do país em número de usuários, registrou um aumento de 55,7% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para R$ 467,8 milhões no primeiro trimestre. Esse desempenho considera as aquisições. O crescimento orgânico foi de 8%. A receita avançou 65% para R$ 2 bilhões e a operadora chegou em março com 4,2 milhões de usuários de planos de saúde e dental. O resultado da companhia mostra impactos da aquisição da São Francisco, no ano passado, por R$ 5 bilhões.
Segundo Bruno
Cals, diretor financeiro da Hapvida, a companhia não teve reflexos da pandemia
do novo coronavírus nos resultados do primeiro trimestre. “Os casos se
intensificaram na segunda quinzena de março. Em abril, teremos um reflexo maior
da covid-19. Por um lado, vamos ser compensados porque tivemos menos
procedimentos eletivos, mas vale lembrar que temos custo fixo porque temos
hospitais. Então, não será um benefício tão relevante”, disse o diretor da
Hapvida, cujos procedimentos são quase todos realizados em rede própria.
O lucro líquido
caiu 20% para R$ 164,6 milhões no período entre janeiro e março. Essa redução
na última linha do balanço não está relacionada ao desempenho operacional da
companhia. O lucro líquido foi impactado por um resultado financeiro negativo
de R$ 56 milhões, amortização de ativos adquiridos de R$ 96 milhões e maior
provisão para ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS).
No primeiro
trimestre do ano passado, a companhia ainda não tinha fechado as aquisições.
Com isso, na época, o resultado financeiro foi positivo em R$ 56 milhões e não
havia amortização dos ativos comprados.
A linha do
ressarcimento ao SUS foi uma das que mais aumentaram afetando negativamente os
custos e as despesa financeiras. No total, o montante que a Hapvida desembolsou
para pagar as despesas de seus usuários que usaram a rede pública de saúde foi
de R$ 102,8 milhões no primeiro trimestre. Um ano antes, esse valor foi de R$
9,9 milhões.
“A ANS acelerou
o processo de cobrança a partir do segundo semestre do ano passado. O valor por
usuário que pagamos é o mesmo da média do mercado, mas como temos uma carteira
maior, o total acaba sendo mais expressivo”, explicou o diretor financeiro da
Hapvida.