Uso de recursos da previdência como garantia revoluciona mercado de crédito
Taxas para esse tipo de operação podem se aproximar às do consignado para servidores públicos, diz CNseg
Valor Econômico - 30 de Setembro de 2024A possibilidade de pessoas físicas usarem recursos de previdência aberta, seguro de vida com cláusula de sobrevivência e títulos de capitalização como garantia na contratação de empréstimos deve estimular o crédito e reduzir os custos das operações, segundo a avaliação da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
Na quinta-feira (26), o Conselho Monetário Nacional (CMN) e
o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) regulamentaram a lei que prevê a
utilização desses recursos como garantia de empréstimos contratados com os
bancos. Os cálculos da entidade apontam que cerca de R$ 70 bilhões, 5% do total
de reservas, teriam potencial de acesso como garantia para os clientes pessoas
físicas.
Em nota, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, disse que
acredita “que os juros cobrados nessa operação podem até ser mais baratos que
os do crédito consignado já que os clientes têm reserva financeira como
garantia para as operações”.
Taxas do consignado de servidores
O esperado, segundo a entidade, é que as taxas para esse
tipo de operação se aproximem às taxas do consignado para servidores públicos,
que são, em média, de 1,96% ao mês. A normativa permite ainda, que mais pessoas
consigam empréstimos, especialmente aquelas que não possuem outros bens para
oferecer como garantia, aponta a nota.
“Esses recursos podem ajudar o consumidor, por exemplo, a
pagar prestações de educação, reformar a casa ou fazer uma viagem, por exemplo,
com juros bem mais atraentes. Essa normativa é uma revolução no mercado de
crédito”, disse Oliveira.
Segundo a CNseg, os consumidores devem ficar atentos a
alguns pontos, como o fato de só uma parte do recurso guardado poder ser usado
como garantia, e caso o empréstimo não seja pago, parte do dinheiro usado como
garantia poderá ser acionada pela instituição financeira.