Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
EMERGÊNCIA CLIMÁTICA
Na próxima terça-feira acontece o seminário Está Chegando o Verão: Mudanças climáticas, urbanização e vulnerabilidades - Impactos no curto prazo. 01 de Novembro de 2024Na próxima terça-feira acontece o seminário Está Chegando o Verão:
Mudanças climáticas, urbanização e vulnerabilidades - Impactos no curto prazo. Parceira
da Academia Paulista de Letras com a Confederação Nacional das Seguradoras e
com o Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo, ele pretende discutir
pragmaticamente as mudanças climáticas e seus impactos imediatos na vida do
brasileiro, analisando o que deve acontecer neste verão, especialmente em São
Paulo e no Rio de Janeiro, duas áreas tradicionalmente sujeitas às tempestades
de verão que todos os anos se abatem sobre nós.
Com perto de duzentos participantes inscritos, o seminário terá a
participação de especialistas da Academia Paulista de Letras, das seguradoras,
do governo e da universidade, todos focando o curto prazo, o dia de amanhã e os
próximos meses, para oferecer um desenho real do que vem pela frente e soluções
para minimizar os impactos.
Não há como se falar em impedir as perdas. Elas acontecerão porque a
natureza é muito mais poderosa que as forças humanas. Basta ver o que aconteceu
agora mesmo na Espanha, onde tempestades avassaladoras destruíram cidades e
áreas urbanas densamente povoadas, deixando um rastro de destruição e mais de
200 mortos e desaparecidos ao longo de sua passagem.
O fenômeno não é latino-americano, nem europeu. No mesmo dia que a
Espanha foi devastada pela mais forte tempestade das últimas décadas, Taiwan
foi alvo de um tufão com ventos de mais de 200 quilômetros por hora, que também
inundou extensas áreas da ilha, deixando destroços onde antes eram casas e
edifícios.
As mudanças climáticas se transformaram em emergência climática. As
soluções devem resolver os problemas de ontem. Amanhã será tarde demais. Não há
mais tempo para se analisar academicamente o quadro e apresentar soluções para
serem implantadas em 10 ou 20 anos. Os eventos que se abatem cada vez com mais
frequência e mais intensidade sobre todos os cantos da Terra chegaram para
ficar. Estamos vivendo apenas o começo de uma era extrema, que alterará as
condições climáticas com efeitos sobre todas as formas de vida, especialmente o
ser humano.
No passado, o planeta sofreu profundas mudanças geológicas e climáticas,
causadas por eventos naturais. Desta vez é diferente: o ser humano tem
participação direta no que está acontecendo.
Ao longo de toda a tarde de terça-feira, temas relacionados aos
prognósticos catastróficos do que está à nossa frente serão debatidos para
oferecer soluções ou aconselhamentos sobre as providências a serem adotadas no
curtíssimo prazo, na tentativa de reduzir as perdas de todas as naturezas que
com certeza acontecerão nos meses de verão.
É triste, mas algumas regiões sofrerão mais do que as outras. Seja pela
conformação geológica, pela localização, pela forma de ocupação do solo,
sentirão mais os efeitos das tempestades, sem que tenham ferramentas adequadas
para reduzir estes impactos.
De outro lado, é preciso planejar com seriedade alternativas para a
realidade atual, envolvendo inclusive a realocação da população em áreas menos
sujeitas a estes eventos.
É verdade, o seguro pode minimizar as perdas, mas, diante da realidade
nacional, será um processo lento. Então, se não acontecer a parceria entre
governo e iniciativa privada, o Brasil vai pagar caro a imprevidência das
últimas décadas.