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Paulo Eduardo de Freitas Botti
Paulo Eduardo de Freitas Botti

Diretor do Sindseg SP e Diretor Presidente da Terra Brasis 

As conquistas e desafios do mercado de resseguros, 10 anos depois da abertura

Paulo Botti fala sobre as conquistas obtidas nesse período e os desafios que o segmento de resseguros vislumbra nos próximos anos
04/08/2017

O segmento de seguros e resseguros comemora, em 2017, dez anos da abertura deste mercado, com o fim, em 2007, do monopólio do mercado de resseguros que vinha sendo exercido, havia décadas, pelo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). As conquistas obtidas nesse período e os desafios e oportunidades que o segmento de resseguros vislumbra nos próximos anos foram dissecados por Paulo Botti, diretor-presidente da Terra Brasis Resseguros e Diretor do Sindseg SP, durante sua palestra no “Café com Seguro” da ANSP, realizado em 04 de agosto último, que teve como tema “Cenário econômico e o mercado de seguros”. Na entrevista a seguir, Botti fala mais sobre o assunto:

Estamos completando dez anos da abertura do mercado de resseguros no Brasil. Quais são os avanços obtidos a partir dessa abertura?

Paulo Botti -  A abertura desse mercado teve muito sucesso. Poderia ter sido diferente. Vimos  em outros países, em que processos como esses apresentaram muitas dificuldades. O Brasil, com um pouco de competência e um pouco de sorte, passou muito bem por isso. Os dez anos são de realizações muito boas. Temos no Brasil 16 companhias de resseguro locais e mais 60 grupos estrangeiros, baseados no exterior e autorizados a operar no Brasil. Os 40 maiores resseguradores do mundo estão autorizados a operar no Brasil. Em termos de volume, o resseguro praticamente dobrou em prêmio e dobrou o capital investido. Hoje, temos no Brasil o equivalente a dois IRBs. Foi uma vitória muito grande.

Quais são os desafios que o setor enfrenta?

Paulo Botti – Temos ainda algumas coisas que não foram muito bem desenvolvidas nestes 10 anos. Principalmente a nossa parte técnica, a disponibilização, para o mercado de seguros brasileiros, de produtos novos, e investimentos em inovação, no desenvolvimento de mercados. Acho que isso é um desafio muito grande do mercado de seguros e resseguros.

O que, na sua opinião, poderá ser desenvolvido neste mercado nos próximos anos?

Paulo Botti -  O mercado brasileiro ainda é muito baseado em seguro de automóvel e seguro saúde. Esses dois produtos, juntos, representam mais de 80% do mercado. No mundo inteiro, o mercado se divide em seguro vida e não-vida. No Brasil podemos dizer que o mercado se divide em saúde e não-saúde, tal o grau de relevância que a área de saúde adquiriu no país. Acho que as outras áreas precisam de muito desenvolvimento, de produtos novos, de dedicação à melhoria da qualidade de subscrição e de mais oferecimento aos segurados. Uma coisa que está começando a acontecer, é essa interação maior com o mercado internacional. Isso pode nos ajudar muito a trazer coisas novas para o Brasil. E atrair empresas que venham para o Brasil, que se estabeleçam no país, de capital nacional e estrangeiro. E estejam dedicadas a trazer desenvolvimento para o mercado brasileiro, e não só atuar no mercado.