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Eugênio Flávio Pontes Rodrigues
Eugênio Flávio Pontes Rodrigues

Diretor do Sindseg SP e Vice Presidente da HDI Seguros S.A 

Empresas recorrem à inovação para enfrentar cenário difícil no segmento auto

O mercado de seguros de automóveis registrou um crescimento tímido no primeiro semestre de 2017. Na visão de Eugênio Flávio Pontes Rodrigues o segmento deverá encerrar o ano com um crescimento de 4%.
04/09/2017

O mercado de seguros de automóveis registrou um crescimento tímido no primeiro semestre de 2017, impactado por fatores decorrentes da grave crise que afeta a economia do país: a redução da venda de veículos novos e a redução da oferta de crédito. Na visão de Eugênio Flávio Pontes Rodrigues, diretor da HDI Seguros S.A. e integrante da Diretoria do Sindseg SP, o segmento deverá encerrar o ano com um crescimento de 4%, “o que, em comparação a outros setores da economia,  pode até ser comemorado. De acordo com Pontes, para fazer frente aos desafios proporcionados pelo difícil cenário econômico, as companhias têm adotado, como estratégia principal, “a busca pela inovação, seja de produtos e serviços, seja de processos, sempre com vistas a acompanhar a velocidade das mudanças de comportamentos e hábitos do consumidor”. Veja a seguir a entrevista concedida por Pontes:

Como tem se comportado o mercado de seguros de automóveis em 2017?

Flávio Pontes Rodrigues - Sob a ótica de vendas, o seguro de automóvel no primeiro semestre de 2017 apresentou um desempenho tímido, com um crescimento de 5,7% em comparação com o ano anterior, resultado principalmente da queda das vendas de veículos novos e redução da oferta de crédito no Brasil. Outro aspecto importante que se verificou neste segmento foi a piora na sinistralidade para todo o mercado, principalmente na variável roubo de veículos, onde aferimos aumento na frequência de registros em quase todas capitais do país, com exceção do Estado de São Paulo, onde se manteve estável. Embora o roubo não seja a única variável na composição dos preços de seguros, é um componente importante. Exigiu de todo o mercado a reposição dos preços, o que, em um momento de crise econômica, acabou por excluir alguns consumidores, impactando negativamente a performance do segmento.

Quais são as expectativas em relação ao desempenho deste segmento para 2017?

Flávio Pontes Rodrigues - A expectativa é de um crescimento no ano de aproximadamente 4%, o que, se comparado a outros setores da economia, pode até ser comemorado.  Porém, é importante ajustarmos as expectativas para o mercado de seguros de automóvel para os próximos anos, pois os dados indicam que levaremos um tempo maior do que esperávamos para retornarmos ao crescimento que este mercado vinha apresentando até 2014. Além disso, a melhora da sinistralidade é essencial para que possamos manter a velocidade de crescimento atual. 

Diante disso, a frota segurável sofrerá um envelhecimento natural, o que resultará no surgimento de produtos compactos para o seguro de automóvel, com o objetivo de atender a esses novos consumidores. O que proporcionará um incremento importante para as vendas.  

Quais têm sido as estratégias adotadas pelas empresas para enfrentar as condições conjunturais da economia brasileira?

Flávio Pontes Rodrigues - A estratégia principal é a busca pela inovação, seja de produtos e serviços, seja de processos, sempre com vistas a acompanhar a velocidade das mudanças de comportamentos e hábitos do consumidor. O momento atual exige novas atitudes, como coragem e disciplina para rever o modelo de negócio, pois nenhum segmento escapará de um olhar atento a processos e modelos de operação que possam ser revisitados e melhorados. A digitalização e a otimização devem nortear as ações das empresas na busca por modelos mais leves, mais digitais e consequentemente mais eficientes, e claro, com menores custos. Cada vez mais, os aplicativos farão parte de nosso dia a dia no relacionamento com nossos clientes e isso não será uma opção dos seguradores, mas sim uma exigência dos consumidores, que estão cada dia mais conectados. Entender que as relações digitais não significam que serão impessoais, será essencial para o futuro das empresas.