Diretor executivo de Relações Institucionais da Allianz Seguros
Diretor da Allianz Seguros define o ano de 2017 e apresenta as perspectivas para 2018 do mercado segurador
Mário Jorge Pereira define 2017 como "um ano que exigiu muita cautela". Para 2018, prevê que o cenário deverá permanecer inalterado e as seguradoras continuarão direcionadas para eficiência operacional.2017 foi 'um
ano de muita cautela', na visão de diretor da Allianz Seguros
O diretor executivo de Relações Institucionais da Allianz Seguros, Mário Jorge Pereira, calcula que 2017 terminará, a despeito do turbulento cenário político e das incertezas na economia, com um crescimento do mercado de seguros de 7% a 9%. Pereira define 2017 como 'um ano que exigiu muita cautela', com foco na preservação de resultados operacionais e maior eficiência na administração dos processos-chave das seguradoras. Para 2018, prevê que o cenário deverá permanecer inalterado.
Como foi o ano de 2017 e quais as perspectivas para 2018?
O mercado de seguros está cada vez mais dinâmico e muito
competitivo. Apesar do turbulento cenário político e incertezas na
economia, a indústria de seguros em 2017 apresentará um crescimento entre 7% e
9%. Foi um ano que exigiu muita cautela e grande esforço por parte dos agentes
do mercado com o objetivo de manter esse crescimento e assegurar resultados
operacionais, face à queda na taxa de juros que impactou significativamente as
receitas financeiras. Os esforços concentraram-se principalmente em
controles mais eficazes das despesas administrativas. Exigiu-se, portanto, um
foco em resultados operacionais e maior eficiência na administração dos processos-chave
da atividade: comercialização, emissão e sinistros. Para 2018, o cenário
não deverá demonstrar grandes mudanças. As seguradoras continuarão direcionadas
para eficiência operacional, simplificação das operações e foco na redução de
despesas, visando a colocação dos seus negócios de forma muito competitiva.
A expectativa de crescimento é um pouco mais robusta e
deverá situar-se na faixa de 11%, em um cenário mais otimista. Acreditamos que,
com a taxa Selic na faixa de 7% e queda da inflação, a criatividade e
competência das seguradoras, corretores e resseguradores serão primordiais para
melhoria das margens de lucro e, consequentemente, do aumento de empregos
qualificados no setor. O índice de confiança do mercado segurador tem mostrado
elevação nos últimos meses. Enfim, será mais um ano de recuperação e estamos
muito otimistas em relação a isso. Neste cenário, é primordial o trabalho de
educação financeira e divulgação do seguro que fazemos dentro do Sindseg SP em
parceria com o Governo do Estado, corretores de seguro e demais entidades de
classe. É um momento oportuno de consolidarmos a união, a interação de todos os
agentes dentro da nossa sociedade, já que o seguro é a forma mais moderna e
adequada de garantir a estabilidade econômico-financeira em ambientes
conturbados.
Como o sr. vê a atuação de associações e outras entidades que oferecem proteção veicular?
Este é um assunto muito discutido atualmente em várias esferas da sociedade e gera muitas dúvidas na mente do consumidor, que, em busca de preços baixos, pode ter o seu patrimônio colocado em risco. É muito oportuno este momento para mostrar, com muita transparência e serenidade, aos consumidores as grandes diferenças entre seguro e o que as associações oferecem. Os órgão de classe têm um importante papel na disseminação dos conceitos fundamentais do seguro. Primeiramente, deve ficar claro para os consumidores que proteção veicular não é seguro. Por isso, trata-se de uma atividade não regulamentada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e tampouco fiscalizadas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). O seguro, por outro lado, ofertado pelas seguradoras e corretores de seguros habilitados é, sem dúvida, a forma mais adequada, moderna e segura para quem deseja tranquilidade. O seguro segue rígida legislação, constituição de reservas técnicas adequadas aos compromissos e contratos assumidos. Existe uma apólice de seguro firmada entre as partes onde constam de forma transparente todos os itens imprescindíveis em um contrato formal. Nós, do Sindicato das Seguradoras, juntamente com os corretores de seguro, temos feito grande esforço para alertar a sociedade sobre os riscos das chamadas 'proteções veiculares', que, ressaltamos, não podem ser confundidos com o contrato de seguro. O consumidor deve sempre consultar um corretor de seguros e avaliar as opções de seguro mais adequadas às suas necessidades.
O que representa hoje a inovação para a indústria seguradora?
Passamos por um processo de transformação digital que muda a relação entre consumidores e empresas. Existe muita tecnologia e informação amplamente disponíveis. Nosso mundo cabe em um smartphone. Por isso, precisamos nos reinventar a cada dia. Necessitamos dominar a tecnologia e tê-la como nossa aliada. Diferentes tipos de clientes são cada vez mais exigentes.
Neste cenário, a inovação e a tecnologia representam os
mecanismos fundamentais para o desenvolvimento da atividade de seguros. Inovar
para diferenciar-se em um ambiente tão competitivo. As empresas precisam de
eficiência operacional, que gera menores custos administrativos e,
consequentemente, oferta de produtos mais competitivos, com mais qualidade.
Nesta cadeia de valores está a questão básica da evolução do seguro em qualquer
mercado. A busca incessante por processos mais simples, mais intuitivos, fará
com que o seguro seja mais acessível a uma parcela cada vez maior da sociedade.
Inovar é necessário para também garantir total transparência nos processos de
contratação de uma apólice de seguro desde a sua comercialização até o momento
em que, eventualmente, seja necessária a utilização em caso de perdas ou
assistência. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e desejam
alternativas simples e preços que caibam no seu orçamento. Inovar, criar, rever
processos, a todo momento, tornam-se inerentes a qualquer indústria. É
fundamental escutar os clientes, entender seus desejos e antecipar suas
expectativas, oferecendo serviços de qualidade, coberturas modernas e
adequadas, sistemas simplificados e sinergia total com os principais
distribuidores de seguros. Obviamente, as ferramentas tecnológicas são
essenciais para inovação e os corretores de seguros devem preparar-se, estudar
suas aplicações, mas, em nenhum momento, elas substituirão a adequada e
necessária atuação e consultoria profissional do corretor de seguros. As
inter-relações pessoais ainda continuarão fundamentais para a disseminação da
cultura do seguro no país. Essas ferramentas devem funcionar como interface e
alavancas entre os agentes que compõem o processo de contratação de seguro:
cliente, corretor, seguradora. Inovar é preciso para novos produtos e serviços,
novas ferramentas, novos e diferentes hábitos dos consumidores, redução de
despesas, simplificação dos processos e transparência da atividade.