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Lincoln Peixoto da Silva
Lincoln Peixoto da Silva

Gerente de Produtos para Operações Financeiras da Caixa Seguradora

Seguros habitacionais: Caixa Seguradora de olho no desempenho da economia

Para o gerente de Produtos para Operações Financeiras da Caixa Seguradora, Lincoln Peixoto da Silva, uma melhoria das condições de emprego e uma procura maior pela caderneta de poupança tendem a favorecer o seguro habitacional nos próximos anos.
17/06/2019

Que fatores macroeconômicos estão influindo para o desempenho das vendas de seguros habitacionais?

Como se sabe, o seguro habitacional acompanha os movimentos do crédito imobiliário, por ser obrigatório para as linhas de concessão de crédito no Sistema Financeiro da Habitação. Com o fim do ciclo de queda dos juros, ajustes fiscais para o controle da inflação, que marcou o fim do ano de 2018 e o início do ano de 2019, espera-se que o mercado brasileiro comece a apresentar indicativos de retomada econômica. Com a queda na taxa Selic, houve uma migração natural dos investidores e famílias para a poupança. A aplicação desse recurso, que deve observar regulamentação do BACEN, determina que 65% dos recursos da poupança devem ser direcionados ao financiamento imobiliário. Portanto, a elevação da captação líquida abre espaço para maior liberação de recursos para o público SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). Nesse particular, os financiamentos imobiliários com recursos da caderneta de poupança atingiram R$ 5,77 bilhões em abril, um salto de 40,3% sobre mesmo período de 2018, o que demonstra uma retomada nos financiamentos habitacionais, pelo menos em relação a essa origem de recursos.

Quais são as expectativas em relação aos resultados desse segmento neste ano?

Apesar do compasso de espera pela aprovação da reforma da Previdência e do anúncio de novas regras para o programa habitacional “Minha Casa Minha Vida” (MCMV), apontadas recentemente pelo Governo Federal, o segmento de habitação popular, por se mostrar mais resistente às oscilações da economia, ainda será uma presente demanda nas modalidades de crédito imobiliário, fomentando ainda mais o mercado e aumentando a confiabilidade no setor. Em consequência, aguarda-se que o maior fôlego da economia possa ser visto também na curva dos indicadores de geração de emprego e na consequente redução da taxa de desemprego. Com menos pessoas desocupadas nos próximos anos, a tendência é de aumento de depósitos compulsórios do FGTS, o que contribui para a elevação dos recursos disponíveis ao financiamento imobiliário com recursos desse funding, que é distribuído entre os públicos dos Programas Minha Casa Minha Vida - Faixa II, a depender das novas regras do Programa MCMV, e Pró-Cotista. Esses indicadores refletirão diretamente no seguro habitacional, que por integrar a política nacional de habitação, fomenta o ciclo de concessão de financiamento, resguardando os recursos públicos direcionados à manutenção do Sistema Financeiro da Habitação.

O senhor integra a Comissão de Seguro Habitacional da Fenseg. Quais são os principais focos da atuação da comissão para este ano?

A Comissão de Seguro Habitacional na FenSeg está sempre acompanhando esses movimentos. Uma das ações mais importantes da Comissão foi a proposta de uma atualização da norma que rege o seguro na SUSEP. Além da realização de workshops para dar maior visibilidade ao seguro habitacional e a sua importância para o mercado.