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Rivaldo Leite
Rivaldo Leite

Presidente do Sindseg SP

Rivaldo Leite fala sobre sua gestão no Sindseg SP

Novo presidente, com 40 anos dedicados ao setor de seguros, assumiu posto em fevereiro e antecipa seu estilo de gestão
28/02/2020

Com 40 anos dedicados ao setor de seguros, Rivaldo Leite assumiu neste mês de fevereiro a gestão do Sindseg SP, o maior sindicato da indústria seguradora do País. O posto, lembra ele, culmina uma carreira que iniciou como office boy e que o levou ao cargo de diretor Comercial e de Marketing da Porto Seguro. Na entrevista a seguir, Rivaldo Leite antecipa o estilo de gestão que irá imprimir no comando do Sindseg SP. “Tenho um estilo participativo de decisões. Evidentemente, se precisar decidir por não haver consenso, decido', diz ele. O presidente do Sindseg SP também aborda questões importantes com as quais o setor segurador está lidando, como as recentes mudanças regulatórias determinadas pela SUSEP e as novas tecnologias que influenciam o comportamento do consumidor e, portanto, exigem a adaptação do setor segurador.

A nova diretoria do Sindseg SP reúne um grupo seleto de profissionais da indústria seguradora. Como será a sua gestão no sindicato?

Posso dizer que sou novo na casa. Tenho bastante vivência em seguros, porém não nessa atividade de presidir um sindicato do porte do Sindseg SP. Mas o time está bem composto e a maioria conhece a casa. Isso ajuda demais. Tenho um estilo participativo de decisões. Evidentemente, se precisar decidir por não haver consenso, decido. Quero ter grupos de afinidades com nossos temas e dividir essa gestão com os meus pares. Isto tudo mais no campo das ideias. Para tocar, temos equipe e pessoas que sabem o quê e o como fazer.

A gestão de Mauro Batista no Sindseg SP deixou um legado em diferentes frentes da atuação do Sindicato. Quais são os temas aos quais você deverá dar maior prioridade?

Temos diversos temas, que envolvem mobilidade urbana, cultura do seguro, relacionamento institucional com o poder público e entidades do setor e fora dele. Temos também a comissão intersindical, que desenvolvemos há muito tempo com o Sincor SP. Temos ainda uma pauta de comunicação, a nossa TV com o Programa Panorama do Seguro e nossas publicações periódicas, entre outros pontos que posso aqui citar. Esse legado do Mauro Batista é muito bom. Sou grato a ele por ter feito tudo isso. Com certeza daremos continuidade. Eu particularmente gostaria muito de criar um estilo de comunicação mais influenciador da nossa atividade. Desejo investir bem na cultura do seguro e na propagação do seguro como um bem importante na vida das pessoas e das empresas.

A MP 905 extinguiu o registro profissional dos corretores. O que esperar do mercado de seguros e do futuro dos corretores? Como o setor pode contribuir com esse desafio?

Podemos dizer que os corretores estão no DNA de nossos negócios. São importantes junto aos clientes e às companhias para as quais operam. São milhares de empresas de corretagem e pessoas envolvidas. A visão em relação ao trabalho deles é muito positiva do nosso lado e do lado dos clientes. Contudo, a MP, sendo aprovada ou não, trará um novo modelo de negócios. Há espaço para todos na distribuição dos seguros. O corretor não perderá espaço, penso eu. Existem outras formas de distribuição nas quais eles podem conviver muito bem. Os consumidores aceitam e gostam desses profissionais. É muito importante que haja um modelo de certificação dessa profissão. Devem existir corretores habilitados e com um registro de certificação, em minha opinião.

Como podemos enxergar um novo modelo de auto regulação?

O IBRACOR caminha para ser o grande certificador dos corretores. Assim como tínhamos a SUSEP concedendo o registro profissional, devemos ter entidades certificadoras que, de fato, habilitem os corretores. Teremos segurança por termos pessoas habilitadas trabalhando para as seguradoras e teremos, para os clientes e consumidores pessoas físicas ou jurídicas, pessoas que tenham formação para orientar as aquisições corretas de produtos de seguros para cada um.

Que análise você faz em relação à possibilidade de entrada de seguradoras de menor porte no mercado?

Eu vejo o mercado de seguros em um momento favorável, uma vez que a economia do País começa a dar sinais de melhorias e isso impulsiona o crescimento de novas empresas. Eu vejo a livre concorrência com bons olhos, uma vez que estimula a qualidade dos produtos e dos serviços. Mas é fundamental que tenhamos regras igualitárias para todos, de forma a assegurar uma concorrência saudável e sólida. Lembrando também da importância de se ter reservas técnicas.

Na sua opinião, o mercado de auto irá enfrentar uma modificação acelerada?

Talvez não imediatamente. Teremos transformações com produtos liga e desliga, maior automação dos veículos, pagamento por uso efetivo do seguro. Mas o consumidor, sobretudo, vai ter que sentir o que é bom para ele nessas transformações. Isso demanda um certo tempo. Vejam as enchentes recentes. Perguntavam se o seguro cobre alagamento. Portanto, como temos um contrato de boa-fé, a confiança em cada produto é fundamental. Há muito o que se pavimentar.

As transformações pela via digital estão presentes em todas as atividades. Isso não é diferentes no setor segurador, que conta agora com drones e insurtechs. Como ajustar o setor a essas transformações?

Penso que muito dessas novas tecnologias vão ajudar a facilitar a vida das seguradoras e dos clientes. Melhorias e agilização de processos sem dúvida vão se tornar mais frequentes. Dependendo do acidente, teremos regulação de sinistros quase que instantâneas. Teremos também inspeções aéreas precisas e confiáveis por drones. Muita coisa virá ajudar. Temos proteção de dados tanto em seguros (riscos cibernéticos) como no tratamento e na guarda das informações e aplicativos voltados para a análise de aceitação de riscos e regulação de sinistros para seguro de pessoas e saúde, avaliação constante da saúde de pessoas e por aí vai.

Quais são as suas expectativas em relação ao desempenho do setor segurador para 2020?

As perspectivas são muito favoráveis. Como disse, a economia começou a apresentar melhores resultados, o que deve impulsionar vários setores, inclusive o de seguros. Vejo um crescimento de no mínimo 10% no mercado de seguros.