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IRB (Re) vai ‘mudar a página’ ao concluir restruturação neste ano, diz diretor-presidente

Avanço em 2024 ocorreu a despeito do desastre do Rio Grande do Sul

Valor Econômico - 14 de Novembro de 2024

IRB (Re) vai ‘mudar a página’ ao concluir restruturação neste ano, diz diretor-presidente

O ressegurador enfrentou uma crise de confiança a partir de 2020 e viu a piora dos resultados nos anos seguintes

O diretor-presidente do (Re), Marcos Falcão, acredita que a companhia deve concluir o processo de reestruturação (“turnaround”) ainda neste ano e que, depois disso, será possível “mudar a página”. O ressegurador enfrentou uma crise de confiança a partir de 2020 e viu a piora dos resultados nos anos seguintes. “Entramos em 2022 com prejuízo de R$ 600 milhões. Atacamos a carteira, fizemos ajustes em 2023 e ajustes mais finos agora neste ano”, disse Falcão ao Valor. “Se a gente somar os últimos quatro trimestres, teremos um lucro de R$ 400 milhões, que é o que esperávamos mesmo para este ano.”

De janeiro a setembro, o lucro do IRB (Re) chegou a R$ 260 milhões, representando mais que o dobro do resultado anual de 2023, que foi de R$ 114 milhões. No terceiro trimestre, o lucro foi de R$ 116 milhões, ante R$ 48 milhões no mesmo intervalo do ano passado. Dos R$ 116 milhões de lucro no terceiro trimestre, R$ 33,4 milhões correspondem a efeitos não recorrentes, como a venda de um terreno no centro do Rio de Janeiro, que era usado como estacionamento.

A partir do próximo ano, diz o executivo, as taxas de crescimento do lucro serão menores, devido à mudança de base de comparação, mas o IRB (Re) deixará ser “uma empresa com esse assunto [reestruturação]. A partir daí, mudamos a página.”

O avanço em 2024 ocorreu a despeito do desastre do Rio Grande do Sul, que impactou sobretudo o segundo trimestre. “No terceiro trimestre tivemos mais avisos de sinistro, mas, a partir de certo limite, o sinistro é coberto pelo retrocessionário”, explicou. O impacto estimado do evento no período de julho a setembro é de R$ 5 milhões. “Estamos observando ainda. Podemos ver alguma coisa ou outra nos próximos meses. No fim de 2024, vamos avaliar se será possível reverter a reserva”, disse.

Dividendos

Falcão também disse, em teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre, que a previsão mais realista para a retomada do pagamento de dividendos pela companhia é 2026 e não 2025. Questionado por um analista sobre o tema, Falcão ressaltou que o IRB (Re) ainda tem prejuízo acumulado de R$ 390 milhões. “Temos que compensar isso até 2025 para começar a pagar dividendos”, afirmou. “Para não ficar criando ansiedade, o mais realista é pensar em pagar dividendo em 2026 e não em 2025, mas seguiremos acompanhando isso.”

Durante a teleconferência, Falcão também fez comentários sobre o ambiente competitivo. Ele diz que notou um crescimento na atividade das resseguradoras, mas que esse crescimento foi intragrupo. “Depois de 2019, a legislação permitiu isso e as resseguradoras internacionais passaram a retroceder mais riscos pelo canal intragrupo”, afirmou. “Continuamos numa posição de liderança e animados pra 2025, indo com rating melhor e mais capital”, disse. “Vamos entrar em 2025 com preços corretos e com maior capacidade para oferecer.”