Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
UM BALANÇO POSITIVO
2023 vai chegando ao fim e o mercado segurador tem motivos de sobra para comemorar. 15 de Dezembro de 20232023 vai chegando ao fim e o mercado segurador tem motivos de sobra para
comemorar. O primeiro é o seu crescimento, muito acima da economia nacional.
Crescimento não significa apenas aumento de faturamento, mas, principalmente, o
aumento da base de consumidores, no caso, do número de segurados.
O negócio do seguro não é pagar indenização. O negócio do seguro é vender
as apólices, ou seja, vender a garantia de que, se acontecer alguma coisa
prevista no contrato, o segurado será indenizado. A indenização é aleatória,
pode ou não ser reclamada e paga. Já o contrato, não. O contrato é uma peça
formal, chamada de apólice de seguro, que deve ser emitida para dar ao segurado
a tranquilidade decorrente da certeza de que seu bem está coberto e o risco
segurado.
É neste sentido que o setor de seguros tem muito a comemorar. O aumento
da base de segurados é clara e pode ser facilmente comprovada com o aumento do
número de seguros rurais, com o aumento do número de seguros de vida, seguros
para celular, seguros residenciais, títulos de capitalização, planos de saúde
privados e planos de previdência complementar. Todos esses produtos tiveram a
demanda aumentada em relação a 2022, o que permite afirmar que a base de
segurados no país cresceu e atualmente o mercado segurador tem o maior número
de consumidores cobertos da história.
Também seria possível citar o desempenho do faturamento e o aumento das
reservas, mas para o cidadão o que vale é o pagamento das indenizações e esse
também subiu, na medida que mais segurados significam mais eventos cobertos e,
consequentemente, mais indenizações pagas.
O mercado segurador tem um ambicioso plano de desenvolvimento que deve
elevar a participação do setor para 10% do PIB até 2030. Não é sonho, é
perfeitamente possível. E, se o Brasil crescer nestes anos, essa meta pode ser
ultrapassada, quem sabe, elevando a participação para até 12% do PIB. Mais uma
vez, não é sonho, é consequência da nova realidade social e das demandas
colocadas como fundamentais para o desenvolvimento nacional, mas que dependem
do desempenho da economia.
Mais importante do que o aumento do faturamento é o aumento dos
pagamentos a cargo da atividade, como indenizações, resgates, pecúlios,
sorteios etc. À medida que o crescimento do setor se aproximar do projetado
pelo “Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros”, maior será o desembolso
em favor da sociedade e isto é uma importante ferramenta de combate à
desigualdade social.
O desempenho de 2023 mostra que o caminho está sendo trilhado e, com
exceção dos planos de saúde privados, que atravessam um momento turbulento, os
demais players estão se saindo bem, tanto nos negócios de risco e
poupança, como na distribuição dos produtos. Seguradoras, capitalizações,
operadoras de previdência complementar aberta e corretores de seguros, na
média, não podem se queixar do ano que acaba. Ao contrário, se 2022 foi um ano
de resultados mesquinhos, 2023 reverteu os números, permitindo ao mercado
segurador comemorar as festas de fim de ano e entrar no ano que vem nadando com
força.