
Sócio de Penteado Mendonça e Char Advocacia e Presidente da Academia Paulista de Letras
MULHERES NO SEGURO
Ao longo de todo o século 20, a mulher teve pouca participação no mercado segurador brasileiro. 14 de Março de 2025Ao longo de todo o século 20, a mulher teve pouca participação no mercado
segurador brasileiro. A imensa maioria dos securitários eram homens e as poucas
mulheres que militavam na atividade, em sua imensa maioria, ocupavam os cargos
mais baixos da hierarquia. Claro que havia exceções. Uma das mais
representativas foi D. Beatriz Larragoiti Lucas, acionista controladora do
Grupo Sul América de Seguros, à época, o primeiro e, depois, o segundo grupo
segurador brasileiro. Vale também lembrar Katy Almeida Braga, até hoje no Grupo
Icatu e com passagem pela Atlântica-Boavista e Bradesco Seguros. Além delas, a
SUSEP tradicionalmente teve mulheres em seus quadros, como Haydeé Zamella e
Christina Roncarati, que comandaram o escritório de São Paulo.
Com a virada do século, esse quadro começa a mudar. Um número crescente
de mulheres inicia e desenvolve suas carreiras na atividade seguradora, tanto
em companhias de seguros, como em corretoras de seguros. Atualmente, se
calcula, sem muita certeza, que as mulheres representam metade da força de
trabalho do setor, ocupando, em igualdade de condições com os homens, os mais
diversos cargos, dos mais simples aos mais complexos, como CEOs em mais de uma
seguradora ou Vice-Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São
Paulo.
É uma mudança significativa. O mercado segurador era tradicionalmente
machista. Exemplo disso é que o Clube da Bolinha, uma entidade que agrega
expressivos nomes do mercado, levou décadas até aceitar como sócias as duas
primeiras mulheres, Terezinha Corrêa e Christina Roncarati, que abriram as
portas para as que atualmente são sócias do clube, do qual uma foi inclusive
mentora, Andrea Ribeiro, que também é diretora da Tokio Marine, uma das
principais seguradoras em operação no país.
Atualmente, a Presidente do Sindicato das Seguradoras do Estado de São
Paulo é Patricia Chacon, Diretora da Porto Seguro, uma jovem executiva com
carreira brilhante, tanto que antes foi CEO da Liberty Seguros no Brasil. Além
dela, a AXA Seguros tem como CEO Erika Medici, conhecida pelas suas posições em
favor da diversidade e da inclusão social, e a COFACI, uma seguradora de
crédito, tem como CEO Marcele Lemos, a primeira mulher eleita Presidente de uma
companhia de seguros no país.
Mas não são apenas as CEOs que se destacam. Várias seguradoras têm
mulheres em seus quadros mais altos, ocupando posições relevantes em suas
estruturas operacionais. Que o diga Cláudia Heck, Superintendente Jurídica da
Bradesco Seguros, ou Luciana Caúla Bandeira de Mello, do IRB, o maior
ressegurador local.
Como não citar as advogadas especializadas em seguros, Camila Calais, Ana
Rita Petraroli, Angélica Carlini, Maria Amélia Saraiva, Presidente da AIDA
Brasil, e tantas outras que ilustram a atividade? E as jornalistas
especializadas, como Karin Fuchs, várias vezes premiada e minha assessora no
vodcast “No Ritmo da Vida”, na coluna do Estadão e no programa “Escolha
Segura”, do Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo; ou Denise Bueno,
do “Sonho Seguro”; Kelly Lubiato e outras que, por falta de espaço, eu deixo de
citar. Para encerrar o artigo, ainda na área de comunicação, não posso deixar
de fora Carla Simões, fiel e competente escudeira do Presidente da CNseg, Dyogo
Oliveira.
A vocês e a todas as outras que eu não citei, mas que merecem o mais
profundo respeito, a minha admiração e o meu muito obrigado! Que vocês inspirem
milhares de jovens mulheres a ingressarem e a fazerem suas carreiras no setor
de seguros.